sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ela não era muito diferente dos outros, tinha uma boa aparência, um sorriso encantador, uma pessoa normal em uma lanchonete, que ficava dentro do prédio onde fazia aulas de música.
As pessoas à sua volta conversam e viviam suas vidas. Uma garota à sua direita bebia água no bebedouro há um tempão e as alunas do Ballet a olhavam com olhares irritados, já que não poderiam beber água no intervalo, caso a outra continuasse a sua bebedeira.
Um casal, de aproximadamente 40 anos, conversavam passivamente. Dois homens discutiam sobre planos de aula de arte moderna. Algumas pessoas no jardim.Outras nas salas, treinando suas atividades. Um garoto de ombros pesados tocava Chopin no piano. Uma bailarina colocava sua sapatilha de ponta. O casal, que já foi mencionado anteriormente, começou um papo engraçado e a mulher debruçou seus braços sobre a mesa para tentar esconder e abafar sua gargalhada. As arvores existiam, e os pássaros aproveitavam essa existência. Um homem chegou na lanchonete, pediu um refrigerante e saiu tagarelando sozinho.
Ela estava ali, inserida nessa rotina, convivendo com a rotina dos outros. Sentia-se completa, talvez, por estar completamente só. Talvez, por não pertencer àquelas vidas. Ouvia o som da flauta tocando longe, se entregou a melodia e sorriu. Gostava da vida como ela a vivia.

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