Pegou a faca na primeira gaveta à esquerda da pia da cozinha. Afiou-a, já que quase não cozinhava e, consequentemente, era raro o seu uso. Olhou para a geladeira e viu anotado "Dentista - 5ª feira, às 17h", pensou em desmarcar já que não iria...

Entrou no banheiro e olhou-se no espelho, estava tão branca que decidiu se pintar. Exagerou e desistiu, lavou o rosto, retirando qualquer resquício de cor que não a sua palidez.

Foi para o quarto e deitou-se na cama, a faca que não largara desde a cozinha foi analisada e, ela passou o indicador pela lâmina. Cortou-se e levou o dedo à boca. Sorriu. Sorriso de alívio e de loucura, também. Passou a faca com força pelo pulso direito e gritou de dor... resolveu se esfaquiar em vários pontos, mas não conseguia se mover. Resolveu dormir...

...ela só precisava de uma boa noite de sono...